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Jardins do Vazio

Clamaram da praça que Deus morreu, com mãos erguidas, vitórias vazias, mataram-no com a lâmina das certezas, e no altar do ego, celebraram sua ausência. Mas que morte é essa, se nunca o viram? Se a fé que atacam é sombra de suas próprias falências, um reflexo distorcido no espelho quebrado de suas verdades frágeis. Mataram Deus, dizem, mas a morte de Deus não é seu fim, é o fim do homem que, em sua vaidade, se fez gigante de barro, erguendo templos de lógica sobre a areia movediça da dúvida. Atacam a fé como se fosse veneno, mas não enxergam o antídoto escondido no silêncio do mistério. Desconhecem que na morte de Deus nasce o vazio, e nele, cresce a sombra de uma existência sem sentido, onde o homem vaga, não mais à procura de Deus, mas de si mesmo. E assim, o que foi morto não era Deus, mas a esperança — que, enterrada, espera renascer no coração de quem ousa crer no que vai além da matéria. Carlos Egert 11/09/2024

No Silêncio da Lira

Por Carlos Egert  No crepúsculo da vida, entre sombras e sons,   Orfeu, o amante errante, canta a dor dos corações.   Lágrimas de estrelas caem, em acordes de luar,   Enquanto sua lira murmura um lamento sem par. Eurídice, estrela distante, em um mundo soturno,   Sussurra nos ecos do amor, um destino diurno.   Nos jardins do eterno, ela dança em flor,   Mas as serpentes do tempo, devoram seu amor. Desce, Orfeu, aos abismos, onde a morte é a canção,   Com notas de esperança, toca a solidão.   Hades, com olhos de carvão, escuta sua prece,   E a sombra se aquieta, enquanto a dor se tece. "Olhe não, filho da Terra, o caminho é sutil,   Pois o amor é frágil, como o vento em um anil."   Mas a dúvida é veneno, e o desejo, a prisão,   Orfeu, em um instante, cede à tentação. Ah, que cruel é a visão que fere o coração!   Eurídice se desvanece, uma sombra em desilusão.   No eco da sua lira, o grito da perda,   Respland...

Poesias e Crônicas

 Bem-vindos ao meu espaço literário  Meu nome é Carlos Egert, analista de Relações Internacionais e bacharel em Direito, mas, acima de tudo, um apaixonado pelas palavras. Há anos dedico-me à escrita de poesias e crônicas, um exercício que enriquece não apenas o espírito, mas a conexão com o mundo que nos cerca. Essa paixão resultou na criação da minha página no Facebook, *Poesias Avulsas*, que hoje se transforma neste blog, um ambiente onde minhas ideias ganham novos contornos e chegam até você.   Nascido em Curitiba, em maio de 1993, e radicado no Rio de Janeiro, carrego em minha história as heranças de um avô inspirador, Václav Egert, modelo e ator de fotonovelas tcheco, que sempre me ensinou a enxergar a beleza no ordinário. Sou alvinegro por nascença — o Botafogo é mais que um clube, é uma parte da minha essência, algo que pulsa com as minhas raízes.   Neste blog, ou na página do Facebook de nome “Poesias Avulsas”, você encontrará versos e narrativas que buscam t...